O casal é chamado a viver a santidade dentro de seu relacionamento

O sacramento do matrimônio é uma importante ferramenta no processo de santificação. Viver de maneira pura e saudável a união conjugal é o chamado feito por Deus a todos os casais.

Como viver a santidade no casamento?

Pois é, tema difícil este! Não sou santa ainda e estou bem longe disso, mas de uma coisa eu sei: Quero chegar lá! Sou casada há 18 anos, conheço meu esposo a 22 anos e, diante de tudo o que vivemos, tenho certeza que o caminho de santidade para nós é o casamento.

É neste lugar sagrado do matrimônio que vamos construindo um homem melhor e uma mulher melhor. Já passamos por muitas brigas, aliás, essa era nossa “marca” no tempo de namoro. Brigávamos por tudo, por qualquer bobeira e, depois de um tempo, de um chacoalhão de pessoas muito próximas, descobrimos o porquê das brigas. Brigávamos, porque não sabíamos dialogar, não sabíamos ouvir o outro – um mal começava a falar, e o outro já começava a interromper para justificar ou discordar. A duras penas, fomos aprendendo a conversar. Vivemos um PHN que era bem assim: “Por hoje não vou brigar! Por hoje vou ouvir o outro até o fim”.

O processo de santidade no casamento

Por que estou contando isso? Porque assim começou nosso processo de santidade rumo ao casamento. A santidade acontece nas coisas simples do dia a dia, vividas com renúncia de nós mesmos em prol do outro, em prol do que é certo, em prol de Deus. O processo de santidade no casamento acontece cada vez que eu preciso me humilhar, pedir perdão, reconhecer um erro. Acontece quando decido perdoar, enquanto a ira e a raiva dentro de mim gritam por vingança, por querer que o outro experimente o que eu estou sentindo.

Santidade no casamento acontece quando eu rezo pela mudança do meu esposo? Sim, é lógico! Mas acontece, principalmente, quando tenho a coragem de rezar pela minha mudança, pelas áreas na minha vida que preciso melhorar, que preciso vencer o orgulho, o egoísmo, a prepotência, o autoritarismo e tantas coisas em nós, que precisam ficar de molho na humilhação, para crescer em humildade , em santidade.

Santidade no casamento acontece quando tenho a coragem de rezar como São Domingos Sávio Antes morrer do que pecar. Ou quando, rezando pelos filhos e esposo, tenho a ousadia de rezar como Santa Rita de Cássia: “Senhor, leve-os antes que cometam um pecado mortal”.

Santidade no casamento se dá quando os momentos de reconciliação são infinitamente mais fortes do que o momento em que houve a discórdia. Discórdia? Sim, existem muitas discórdias. Mas não podem estar acima da beleza de uma reconciliação.

Santidade no casamento se dá quando rezamos o terço juntos, como casal e como família. Se dá quando partilhamos uma Palavra da Bíblia que nos marcou naquela semana. Bíblia no casamento? Sim, Bíblia no casamento! Bíblia não é só para o padre e a freira. Bíblia é para o pai, a mãe, os filhos. Bíblia é caminho certo de santidade.

Enfim, santidade no casamento se dá na doação diária para o outro, para os filhos, para Deus, sem falhar com nenhum deles, ou melhor, sempre buscando falhar menos com cada um deles.

Como isso é possível? Contando com a Graça de Deus! Existe uma Graça sobrenatural para nós casais. Tomemos posse desta Graça em tudo que fizermos, e então, no Céu nos encontraremos e vibraremos com alegria eterna de saber que valeu a pena lutar pela santidade. Rezemos uns pelos outros para chegarmos lá!

Um homem e uma mulher, unidos em matrimônio, formam com os seus filhos uma família. Uma vez que o desígnio de Deus sobre o matrimônio e sobre a família visa o homem e a mulher no concreto da sua existência cotidiana, a Igreja, com o intuito de cumprir a sua missão, precisa se esforçar para conhecer todas as situações em que o matrimônio e a família se encontram hoje.

O dever de santificação da família tem a sua primeira raiz no batismo, e a sua expressão máxima na Eucaristia, à qual está intimamente ligado o matrimônio cristão. (Exortação Apostólica Familiaris

Um homem e uma mulher, unidos em matrimônio, formam com os seus filhos uma família. Uma vez que o desígnio de Deus sobre o matrimônio e sobre a família visa o homem e a mulher no concreto da sua existência cotidiana, a Igreja, com o intuito de cumprir a sua missão, precisa se esforçar para conhecer todas as situações em que o matrimônio e a família se encontram hoje.

O dever de santificação da família tem a sua primeira raiz no batismo, e a sua expressão máxima na Eucaristia, à qual está intimamente ligado o matrimônio cristão. (Exortação Apostólica Familiaris Consortio)

Foto Ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Se pelo batismo enraíza em nós a vida de Deus, compreendemos que o nosso primeiro chamado é a santidade. Ela nos levará a receber o prêmio celeste que será a participação na pátria definitiva.

A santificação da família

O caminho da santidade a percorrer é uma meta a alcançar, mas não de modo individual, pois temos um legado para que toda a nossa família se santifique e tenha como herança o céu.

O fundador da Comunidade Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib, sacerdote salesiano atento aos apelos de Deus e da Igreja, tem como meta a formação de “Homens Novos”, e com isso está intrínseco a formação de “Famílias Novas para um Mundo Novo”, cujo objetivo é transformar a nossa sociedade, dar a ela novas estruturas, novo sistema de vida, uma nova ordem, enfim, um mundo novo dentro do projeto de Deus.

A Canção Nova existe para formar homens novos, famílias novas, dando testemunho a ponto de acontecer um efeito em cadeia: muitas famílias começarem a aderir a esse modo de viver. É na oficina da vida, no dia a dia, com a cooperação do Espírito Santo que se extrai do interior do velho homem o homem novo, cópia mais fiel possível do Novo Homem: Jesus Cristo! É formar cada pessoa para que ela viva à maneira nova trazida por Jesus.

Dom Bosco e a família

São João Bosco, com o seu modo de vida, educou muitos jovens para a santidade. Numa típica família de camponeses do Piemonte, em que também havia diferenças de temperamentos e limitações humanas, recebeu a motivação para viver os valores da fé. O seu lar foi a escola de muitos valores e deveres do bom cristão, as orações, o bom comportamento.

Na sua família, Dom Bosco contou sempre com a presença dos pais, que se empenharam na boa educação dos filhos, e isso foi a base que o fez descobrir a sua vocação ao sacerdócio, tornando-se fundador de uma grande obra com a juventude, que fez dele santo e gerou santos para a Igreja.

Essa santidade do hoje, do agora, é que devemos almejar e esmerar-nos para a alcançar. Diante dos desafios da vida, seja em dias bons ou menos bons, procuremos, com a ajuda do Espírito Santo, responder santamente no momento presente da vida dando o nosso melhor, pois, se assim o fizermos, estaremos colaborando na construção de famílias novas para um mundo novo.

Famílias novas para um mundo novo

Embora as famílias vivam tantas adversidades, elas são instrumentos de santificação para nós. Muitos na Igreja deixam o seu testemunho ao se depararem com as provas da vida. Diante da fé provada nas adversidades da vida, somos convidados a unir também os nossos sofrimentos aos de Cristo neste tempo propício que vivemos: o agora.

Na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco diz-nos: “O bem da família é decisivo para o futuro do mundo e da Igreja.”

Dicas para contemplar a família e voltar-se para ela

Com esta frase, somos convidados a refletir sobre a nossa família e a perguntarmo-nos: como ela está?

Para responder essa questão, são apresentados a nós alguns passos:

1 – Parar, retirar-se para um lugar adequado e fazer uma reflexão à luz da fé.

2 – Refletir a partir de si mesmo: como vejo a minha família e como atuo nela.

3 – Com amor e gratidão, olhar cada membro da família de modo particular, reconhecer a sua importância, valorizar as suas qualidades e, com paciência e misericórdia, acolher os seus limites.

4 – De que maneira eu posso ajudar a minha família? Quais as minhas capacidades e disposições?

5 – Dar passos concretos de amor e misericórdia: não se trata de sentimentos e vontades, mas de consciência, de decisão e escolha de vida. Saiba que cada membro da nossa família tem algo a oferecer que favorece a aproximação e fortalece a unidade. Procure ver sempre a partir do que é bom e positivo. Lembre-se de que essa pessoa é única no mundo, e a cada dia nos é dada a oportunidade de eternizar o relacionamento. Não espere que correspondam ou retribuam os seus gestos. Ame gratuitamente.

Com o objetivo de alcançarmos a santidade individual e também familiar, façamos escolhas mais adequadas que nos favoreça a santificação no dia a dia, buscando sempre e antes de tudo a conversão pessoal, deixar a vida velha, os maus hábitos, os vícios, as más palavras. Silenciemos, busquemos a oração e, diante das dores e dos sofrimentos, unamo-nos a Jesus e ofereçamo-nos a Ele pela santificação da nossa família e conversão dos pecadores, atendendo aos apelos de Nossa Senhora quando apareceu em Fátima.

As Sagradas Escrituras dão-nos a garantia de que, a seu tempo, faremos uma boa colheita: “Lembrem disto: quem planta pouco colhe pouco; quem planta muito colhe muito. Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus pode dar muito mais do que vocês precisam para que tenham sempre tudo o que necessitam e ainda mais do que o necessário para fazerem todo tipo de boas obras. E Deus, que dá a semente para semear e o pão para comer, também dará a vocês todas as sementes que vocês precisam. Ele fará com que elas cresçam e deem uma grande colheita, como resultado da generosidade de vocês. “ (2 Coríntios 9,6-8.10)

A família ideal não deve ser perfeita, deve buscar a santidade diária numa contínua conversão, buscando as coisas do Alto e deixando vir à tona o homem e a mulher novos que Cristo veio nos trazer. Tenhamos fé, nós e nossa família alcançaremos o Céu!

Fonte: cancaonova

Acompanhe o programa: Namoro Santo, toda sexta feira 21h na Rádio Gospa Mira 105,7FM

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